Governo elevou renda do Bolsa Família para superar R$ 70 per capita. Presidente disse que Estado deve buscar quem ainda não recebe benefício.
REPERCUSSÃO |
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A presidente Dilma Rousseff disse, durante discurso nesta terça-feira
(19), que "falta pouco" para o Brasil erradicar a miséria. Ao anunciar a
ampliação do programa Bolsa Família para quem vive com menos de R$ 70 por mês, Dilma citou que se trata de um dos momentos mais importantes de sua gestão.
"Não estamos dizendo que não existem mais brasileiros extremamente
pobres ou destituídos da condição de vida digna. Infelizmente, ainda
existe. Nós sabemos disso. É necessário inclui-los para que recebam o
beneficio que têm direito. Por isso falamos em busca ativa. É necessário
encontrá-los. O estado deve ir atrás. Não deve esperar que esse
brasileiro bata a nossa porta. O que estamos garantindo aqui hoje é que o
mais difícil já foi feito. Falta pouco para que não haja mais
brasileiros mergulhados na miséria", disse a presidente.
Dilma afirmou que a ampliação do Brasil Sem Miséria tem "força
simbólica". "Nesta sala eu já assinei vários atos. Já tive a honra e a
alegria de participar de vários e importantes lançamentos, atividades
para o país e para diferentes setores sociais. Mas tenho certeza que
nenhum deles tem a força simbólica e o efeito imediato deste ato que
hoje assino. Com ele, o Brasil vira uma página decisiva na nossa longa
história de exclusão social", destacou.
Ela complementou que os 2,5 milhões que receberão complemento de renda
são "os últimos brasileiros extremamente pobres inscritos no cadastro do
Bolsa Família a transpor a extrema miséria".
No discurso, a presidente citou o governo do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e disse que foi a primeira gestão federal a "trazer a
questão social para o centro do debate nacional".
Ela citou que, após erradicar a miséria, o Brasil precisa alcançar outras metas, como emprego de qualidade.
"Estamos virando uma página decisiva na nossa longa história de
exclusão social que tem a marca perversa da escravidão. Outras páginas
precisam ser viradas. Como acesso a emprego de qualidade, por isso, os
cursos de capacitação. [...] O governo federal tem feito sua parte. Cabe
aqui agradecer a parceria de todos os estados e dos municípios nessa
empreitada histórica."
A presidente pediu que os municípios continuem buscando pessoas que
ainda estão abaixo da linha da pobreza. "Quero propor um grande
campeonato pela justiça e pela igualdade em nosso pais. Vamos todos
juntos desvelar e varrer por completo a pobreza extrema invisível de
nosso território. Vamos preencher as lacunas do nosso cadastro único."
Durante discurso, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza
Campello, disse que o governo não descuidará da busca de mais famílias
que vivam em situação de miséria.
"Estamos trabalhando muito para isso. Procurar todos os brasileiros que
devem fazer parte do Cadastro Único. Já localizamos mais de 800 mil
famílias e juntos com os prefeitos eleitos temos ambição de localizar
mais 700 mil. Não descuidaremos do nosso cadastro. Temos orgulho de ter
um dos cadastros mais focalizados do mundo. É só um começo."
Com a iniciativa, todos os 22 milhões de beneficiários cadastrados no
Bolsa Família ficarão acima da linha de extrema pobreza – que é definida
por quem vive com até R$ 70 por mês, conforme Tereza Campello, ministra
do Desenvolvimento Social.
A estimativa, no entanto, é de que ainda existam cerca de 2,52 milhões
de brasileiros não identificados e cadastrados nos programas sociais
vivendo em situação de miséria. Segundo Tereza Campello, para erradicar a
pobreza absoluta no país o governo precisa localizar e incluir essas
pessoas no Cadastro Único para Programas Sociais (Cadúnico).
De acordo com informações do ministério, a complementação de renda aos
2,5 milhões de brasileiros custará R$ 773 milhões em 2013. O pagamento
começará a ser feito em março deste ano.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, os valores pagos pelo
Programa Bolsa Família variavam de R$ 36 (trinta e seis reais) a R$ 306
(trezentos e seis reais), de acordo com a renda mensal por pessoa da
família e o número de filhos menores. Agora, esse limite deixa de
existir para que todas as famílias tenham a garantia de R$ 70 por
pessoa, independente do número de filhos.
Desde sua criação, em junho de 2011, o Brasil Sem Miséria, por meio de
um mecanismo chamado "busca ativa", localizou 2,84 milhões de pessoas
vivendo em condição de extrema pobreza. Elas foram incluídas no cadastro
e passaram a receber o benefício, de acordo com o Ministério do
Desenvolvimento Social.
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