Morreu às 5h39m deste domingo, aos 74 anos, em decorrência de complicações de um enfisema pulmonar, o ator Cláudio Marzo. Os familiares aguardam a chegada de um dos filhos do ator que mora na Austrália para o velório. O corpo deve ser cremado. Marzo estava internado no CTI da Clínica São Vicente, na Gávea, desde o último dia 4 de março. Nos últimos meses, o ator teve diversas passagens pela clínica. Em fevereiro, ele foi internado com problemas respiratórios. Já em setembro de 2014, passou 14 dias no hospital por causa de uma pneumonia. Em outubro, fez uma cirurgia do aparelho digestivo, e em novembro, foi internado com um quadro de hemorragia digestiva e diverticulite.
GALÃ DA TELINHA
Um dos maiores galãs da TV brasileira, Cláudio Marzo fez parte do primeiro time de atores contratados pela TV Globo, inaugurada em 26 de abril de 1965. O ator, então com 25 anos, morava em São Paulo, integrava o Grupo Oficina, e dublava filmes que, por coincidência, tinham sido comprados pela emissora. Já envolvido com as dublagens e o teatro, só pôde ser escalado para a segunda novela da emissora, no horário das 19h, “A Moreninha”, de Graça Mello.
RELEMBRE EM FOTOS A CARREIRA DE CLÁUDIO MARZO
Cláudio Marzo na novela ‘Andando nas nuvens’ (1999)Foto: Divulgação
“Na época eu acreditava, ingenuamente até, que o teatro pudesse modificar o mundo”, disse o ator em entrevista ao site Memória Globo.
Marzo já era um nome conhecido da TV em 1969, quando atuou ao lado de Regina Duarte em “Véu de Noiva”, de Janete Clair. Foi a primeira telenovela contemporânea da Globo, uma resposta à tendência iniciada por “Beto Rockfeller”, sucesso da TV Tupi. O par formado por Cláudio Marzo e Regina Duarte caiu no gosto popular. E voltou a ser escalado em “Irmãos Coragem”, de Janete Clair, produzida em 1970. Na trama, ele interpretou um dos irmãos do título: Duda, um craque de futebol.
“Carinhoso”, de Lauro César Muniz, lançada em 1973, trouxe de volta Cláudio Marzo e Regina Duarte. Mas foi na década de 1980 que ele participou de duas produções que marcariam sua carreira. Em “Brilhante”, de Gilberto Braga, exibida em 1981, ele viveu o motorista Carlos, que vivia um romance com sua patroa, Chica Newman, papel Fernanda Montenegro. Já na minissérie “Quem Ama Não Mata”, de Euclydes Marinho, de 1982, o ator contracenou com Marília Pêra.
No início de 1988, Marzo trocou de emissora e participou de duas novelas na extinta TV Manchete: “Kananga do Japão” (1989), de Wilson Aguiar Filho, e “Pantanal” (1990), de Benedito Ruy Barbosa. Essa última marcou a carreira do ator, que costumava destacar como um dos mais bonitos trabalhos que já fez na TV.
De volta à Globo em 1993, atuou em “Fera Ferida”, de Walther Negrão, no papel do coveiro Orestes Fronteira. Dois anos depois foi convidado para participar do remake de “Irmãos Coragem”, dessa vez vivendo o coronel Pedro Barros. Em 2007, na Globo, atuou na novela “Desejo Proibido”, de Walther Negrão, e na minissérie “Amazônia – De Galvez a Chico Mendes”, de Gloria Perez.
A carreira de Cláudio Marzo também inclui trabalhos no cinema. Foram nada menos do que 35 longas-metragens, entre os quais “O Homem Nu”, dirigido por Hugo Carvana. Com roteiro de Fernando Sabino, o filme lançado em 1990 lhe rendeu o prêmio de melhor ator no conceituado Festival de Gramado.
Marzo deixa três filhos dos casamentos com as atrizes Betty Faria (a também atriz Alexandra), Denise Dumont (Diogo) e Xuxa Lopes (Bento). Nos últimos anos ele estava casado com Neia Marzo.
O Globo
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